sábado, 28 de abril de 2012

REIS FORAM OS VERDADEIROS INVENTORES DO MARKETING POLÍTICO



Em ano eleitoral, a melhor sugestão é a leitura de alguma obra sobre marketing político. As opções são muitas, mas a indicação para este final de semana prolongado é “A fabricação do rei. A construção da imagem pública de Luiz XIV", de Peter Burke.

Publicado em 1994 pela Jorge Zahar Editor, o livro ensina (nos dias atuais) aos menos avisados que os ex-presidentes Fernando Collor e Lula da Silva não foram os inventores do marketing político.

No livro, com 254 páginas, Burke mostra que os reis foram os verdadeiros inventores do marketing político e que utilizavam a propaganda para assegurar o poder. E o faziam de muitas formas, através da representação pública, da compra e exposição dos objetos, ostentação e rituais os mais diversos.

Dessa forma, era possível manter o regime e garantir a sua eficácia. Que o diga Luiz XIV (1643 - França), o "Rei-Sol", que reinou mais de 70 anos sob um forte esquema de propaganda e manipulação da mídia da época. Afinal, como diz um antigo dito popular, “rei que é rei não perde a realeza”.

Alexandre Acioli - aciolijornalista@gmail.com

UMA ANÁLISE DE ELEIÇÕES DE 1985 A 1996

Eleição sempre merece atenção especial de sociólogos, cientistas políticos e sociais. Mas o tema também interessa aos não acadêmicos, aqueles que gostam de política na sua essência sociológica.

A dica é a leitura é o livro "Chuva de papéis. Ritos e símbolos de campanhas eleitorais no Brasil", de Irlys Barreira (Ed. Relume Dumará). Em dez capítulos, a obra acompanha de perto o desenrolar de 11 anos das campanhas eleitorais no Brasil (1985 a 1996).

No estudo, Irlys faz relatos da campanha de Maria Luiza Fontenelle para a Prefeitura de Fortaleza (CE), em 1985; a "Caravana da Cidadania", comandada pelo ex-presidente Lula da Silva, em 1994; e o registro de campanhas das candidatas às prefeituras de Natal e Fortaleza em 1996.

Um bom trabalho para quem quer compreender o rito da representação política, as alegorias, encenações e a dinâmica das estratégias utilizadas.


Alexandre Acioli - aciolijornalista@gmail.com

sexta-feira, 27 de abril de 2012

HOJE TEM SHOW DO SOMBATUKI, NA LIVRARIA CULTURA


Na tarde deste sábado, na Livraria Cultura, tem apresentação do forrozeiro Jorge Neto e o grupo Sombatuki. Na verdade, Jorge Neto e "o grupo" formam um trio. Mas um terno que consegue atrair, empolgar e arrancar muitos e demorados aplausos das plateias. 

A parceria surgiu de forma espontânea, pois os três fazem parte dos grupos musicais da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e, sempre que eram convidados para apresentações em eventos da universidade, lá estavam os instrumentistas: Percy Marques, Tiago Lasserre e Jorge Neto fazendo o que chamavam de “nosso som”.

A virtuose dos musicistas, bem como a diversidade do repertório, repleto de clássicos da MPB, do chorinho e do forró são suficiente para tonar o projeto “Sombatuki” uma realidade no cenário da música instrumental pernambucana.

Com a formação em 2008, o  Sombatuki se apresentou no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, dentro do projeto Segunda Cultural, que acontece sempre na primeira segunda-feira de cada mês.  O sucesso da apresentação rendeu outro convite, desta feita para uma nova apresentação no Teatro do Parque, pelo mesmo projeto. Daí em diante o grupo não parou mais e recentemente lançou o CD “Amadeirado”, nas comemorações dos 80 anos da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP).

Mas vamos apresentar os meninos:

Percy Marques é paraibano de Patos, advogado e músico violinista, baixista e arranjador. Começou os estudos de violão aos 12 anos e fez a sua primeira gravação em 1998, como contrabaixista, no CD Personagem do MPB Unicap. Participou ainda das gravações do CD Estrelas a Luzir (contrabaixo), Marca Maior (violão), Lero-lero (assistência de direção e violão), Pérolas da MPB I, II e III (arranjos e violão) e Todo Sentimento, do cantor Diego Cabral.

Tiago Lasserre e atua há mais de 10 anos na área música, tendo vivenciado diversas produções culturais. Despertou o gosto pela música a partir da capoeira, que pratica desde 1998. Sua musicalidade consiste num trabalho de pesquisa de diversos ritmos existentes e a sua concepção quanto aos instrumentos a serem utilizados não se limita ao convencional: expande seu acervo ao inusitado, como panelas, chapas de ferro, cano PVC, entre outros, prevalecendo o conceito e o resultado, no caso o som e sua intenção. Já tocou com nomes da MPB nacional, dentre eles Gerlane Lopes e Isabela Moraes.

Jorge Neto é advogado, nascido no Recife.Começou muito cedo (quando ganhou um teclado) e aos nove anos se apresentou no Teatro Guararapes. Sua discografia é composta de dois CDs: o primeiro é “Homenagem a Accioly Neto e Xico Bizerra” (2005), que teve participações especiais de Santanna, Cristina Amaral, Nádia Maia, Genaro e Walkiria e Talitha Accioly (filha de Accioly Neto). O segundo é uma reprodução em áudio de um show realizado no Espaço Cultural Mercadão, na cidade do Cabo de Santo Agostinho (PE). Atualmente encontra-se em estúdio gravando o seu terceiro (“De Geração pra Geração”), com a participação de artistas que influenciaram a sua formação musical, como Alcymar  Monteiro, Jorge de Altinho, Nando Cordel e o Maestro Spok, dentre outros.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

GARANHUNS TERÁ BIENAL DO LIVRO EM SETEMBRO


A cidade de Garanhuns, no Agreste Meridional, vai sediar entre os dias 09 e 16 de setembro, a primeira edição da Bienal Internacional do Livro da cidade. O evento, fruto de parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Educação e as empresas Andelivros e IT Comunicação, vai acontecer na Esplanada Cultural Guadalajara. 

A iniciativa tem como principal objetivo promover a visibilidade da literatura e da cultura nordestina e pernambucana e do Agreste. O evento será direcionado a estudantes das redes de ensino pública e privada da educação infantil; ensino fundamental e ensino médio, universitários, professores, pesquisadores da literatura, escritores, acadêmicos, editores e distribuidores de livros.  

A expectativa é atrair grandes escritores, assim como editoras de todo o país para expor suas publicações. A Bienal será marcada por lançamento de livros, palestras com escritores e autores de vários estilos literários e segmentos culturais no âmbito local, nacional e internacional. Além disso, haverá momentos para diálogos entre autores de diversos tipos de público.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

BÍBLIA CONTINUA SENDO O LIVRO MAIS LIDO

Bíblia continua sendo o livro mais lido pelos brasileiros – ganha dos livros didáticos e dos romances. É o que aponta pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro, sobre os hábitos de leitura da população. 

Ao questionar os cerca de 5 mil participantes sobre os gêneros que costumam ler, a Bíblia foi citada por 42% e manteve-se no primeiro lugar da lista, mesma posição ocupada na edição anterior da pesquisa, em 2007. Os livros didáticos foram citados por 32%, os romances por 31%, os livros religiosos por 30% e os contos por 23%. Cada entrevistado selecionou em média três gêneros.

Na lista dos 25 livros mais marcantes indicados pelos entrevistados, o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, aparece em segundo lugar na lista. Perde apenas para a própria Bíblia e para A Cabana, do canadense William Young. Em seguida na lista aparecem O Sítio do Pica-pau Amarelo, O Pequeno Príncipe, Dom Casmurro e as coleções Crepúsculo e Harry Potter. 

Mesmo depois de mais de 60 anos da sua morte, Monteiro Lobato continua no imaginário da população. O escritor paulista permaneceu no topo da lista dos autores brasileiros mais admirados. Na sequência aparecem Machado de Assis, Paulo Coelho, Ariano Suassuna e outros autores de best sellers recentes, como o pastor Silas Malafaia e o padre Marcelo Rossi.

Da Agência Brasil

SEMPRE É TEMPO DE PLANTAR E DE COLHER

E por falar em Bíblia, recordo que o Livro de Eclesiastes nos traz duas grandes mensagens. A primeira, a de que a vida deve ser vivida com intensidade. O que vem depois não se tem certeza.

A segunda (do Capítulo III), diz que na vida há tempo para tudo. Há um tempo de nascer, de morrer, de plantar, de colher, de tirar e recolher pedras. E havendo um tempo adequado para cada coisa, decerto também há o tempo para avaliar as coisas feitas.
Isso nos remete ao livro ‘Velhice do Padre Eterno’. Guerra Junqueiro, o autor, registra o que deve ser feito ao término de cada plantio. Finda a jornada de trabalho, realiza-se a colheita, depois prepara-se novamente o terreno e semeia-se de novo.
Todos os dias são marcos final ou inicial de alguma coisa. Sempre estamos começando ou terminando algo. E hoje não será diferente, estamos iniciando ou finalizando uma jornada. Podemos aproveitar para fazer a colheita do que semeamos durante os último anos e, amanhã, voltar à ação, na certeza da necessidade de semear e semear-se de novo.
Alexandre Acioli - aciolijornalista@gmail.com

terça-feira, 24 de abril de 2012

PRECISA DE MOTIVAÇÃO? LEIA O LIVRO “SIGA EM FRENTE”

Se você nunca assistiu às palestras do sociólogo e comunicador (Meu xará), Alexandre Brito, chegou a hora de participar da mesma festa, através da leitura de “Siga em Frente.  O livro é motivador, repleto de imagens que refletirão a sua alma, levando-o ao despertar de uma nova etapa na sua existência. 

As histórias relatadas na obra mostram que somos iguais em tudo; no modo de pensar, de agir, de se expressar, de sorrir e de chorar. São histórias identificadas na mesma realidade, que só será  modificada quando tomarmos, por atitude, o desejo sincero da nossa transformação interior, que refletirá (sem dúvida) na nossa trajetória evolutiva.

Alexandre Brito é radialista e cientista social, com especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Já publicou os livros “O reencontro necessário”, “Siga em frente, “Proibido retornar – apague o seu passado e construa uma nova vida!” e “Siga sempre em frente”. Em breve serão lançados “Recife, 12 de Março..." e "Momentos de Luz".

INVESTIMENTO PARA INCENTIVAR A LEITURA

O Ministério da Cultura (MinC) vai investir R$ 373 milhões no Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL). Os recursos serão empregados na construção e revitalização de bibliotecas; contratação de agentes de leitura e na realização de feiras e festivais de literatura. As ações serão coordenadas pela Fundação Biblioteca Nacional.

A leitura não é um ato reflexo, aprendido naturalmente. É resultado de uma sofisticada operação, aprendida ao longo de anos, e que, por isso mesmo, precisa ser cultivada cuidadosamente, para além dos muros da escola. 

O objetivo do plano é aumentar o número de leitores no Brasil. Segundo a última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro, no final de março, 75% dos brasileiros nunca frequentaram uma biblioteca. A média de livros lidos no Brasil é de quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CACHOEIRA E A COMPULSÃO DA CAIXA POR LOTERIAS

Desculpem-me leitores. Não sou simpatizante e nem defendo as maracutaias, trambiques e sacanagens do 'senhor' Carlinhos Cachoeira. Mas vocês não acham que é muito pouco, o Governo, a Polícia Federal e o Congresso quererem incriminar o “empresário”, chamando-o de contraventor  por comandar casas e bancas de jogos de azar (Bingos, videopôquer, caça-níqueis e outros) nos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul?

Sinceramente! Se o foco for somente esse – e por isso -, a Caixa Econômica Federal também deveria ser indiciada como contraventora, pois desde 2003 mantém o monopólio, dado pelo então Presidente Lula, de inúmeras loterias. 

Verdadeiramente, a compulsão da Caixa de 'comer' o dinheirinho e 'raspar' o bolso do brasileiro é imensa. O banco é detentor de várias loterias, algumas com sorteios duas vezes por semana: Mega-sena, Dupla Sena, Lotofácil, Timemania, Quina, Lotomania, Federal, Loteca, Lotogol e ainda as instantâneas (Raspadinhas).

Como podemos atender ao apelo do slogan do banco ("Vem prá Caixa você também")? O que nos resta é, apenas, fazer um apelo para que as pessoas se conscientizem de que não vão ficar ricas jogando ou apostando nas loterias, sejas elas da Caixa ou do Cachoeira.

domingo, 22 de abril de 2012

SAUDADE

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

É POSSÍVEL PENSAR EM CIDADES VERDES


O discurso do desenvolvimento é responsável pelo sacrifício das árvores que ainda resistem no centro e nas periferias das grandes e médias cidades. A cada dia, a falta de planejamento urbano nos deixa com menos verde na paisagem e ajuda a aumentar o número de espécies de animais ameaçados de extinção. Atualmente,  tão grave quanto a violência, o desemprego e o desvio de dinheiro público, é o desmatamento.

O crescimento urbano é um dos fatores que contribui para a destruição do verde, para aumentar a produção de lixo e elevar a temperatura do planeta. Não poderia ser diferente: hoje, mais da metade dos cerca de 7 bilhões de habitantes da Terra e 38% das pessoas entre 15 e 29 anos vivem em áreas urbanas. Em 2050, serão mais de 4,5 bilhões das pessoas (67% do total), segundo cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Nessas terras abaixo da Linha do Equador, a situação é semelhante: nos últimos 60 anos, a população urbana foi acrescida de 106 milhões de pessoas e o IBGE estima que atualmente mais de 80% da população residem em áreas urbanas – enfrentando problemas de infra-estrutura precária, aterros criminosos de rios e mangues, falta de redes de esgotos, lixões a céu aberto e a inexistência de aterros industriais para receber o lixo tóxico.  

É evidente a necessidade de se colocar as questões sócio-ambientais no centro das discussões e, sempre, no início de todos os planejamentos públicos. Assim será possível se ter uma visão clara dos principais problemas e dos (possíveis) caminhos para enfrentá-los. Como esperam os governantes alcançarem as oito “Metas do Milênio”, estabelecidas pela ONU, se o planejamento ambiental nas cidades não for adotado?

Anos atrás, durante as comemorações da Semana do Meio Ambiente, a ONU lançou a proposta “Cidades Verdes: Planos para o Futuro”. Mas construir cidades verdes passa por um conjunto de acordos ambientais urbanos, que prevê ações voltadas a uma vida urbana sustentável. Quantos prefeitos estão preparados para tornar isso realidade? Criar esses novos espaços exigirá uma política arrojada de preservação de áreas verdes, a garantia da qualidade da água, a ocupação racional do solo, a redução da produção de lixo, o uso eficiente de energia e um transporte público adequado, movido por fontes não poluentes ou, pelo menos, menos poluentes.

No Brasil, isso (ainda) é uma utopia porque poucos prefeitos têm a disposição de colocar a proteção ao meio ambiente entre as suas prioridades. Poucos têm a coragem de adotar medidas para mudar parâmetros de preservação ambiental. Poucos disseminam práticas corretas para a redução de dejetos e o consumo racional de energia e água, assim como poucos são os que contribuíram para a elaboração da Agenda 21 dos seus municípios, que sequer foram discutidas ou planejadas. Se nem isso ocorreu, como pensar em cidades verdes?

Alexandre Acioli - alexandreacioli@yahoo.com.br

sábado, 21 de abril de 2012

COLETA SELETIVA ENSINADA E DISCUTIDA NOS CORDÉIS

O lixo é um problema global e preocupa os líderes mundiais, ora empenhados na busca de alternativas para a destinação dos resíduos sólidos produzidos pelo homem. O caminho apontado é a coleta seletiva e a reciclagem. Mas, soluções, mesmo, só a partir de ações que envolvam o tripé governos-iniciativa privada-sociedade, com informação, orientação e sensibilização da população, através de ações de educação ambiental, em todos os níveis.

Pouco são os trabalhos do gênero desenvolvidos nas três esferas de poder e o tema é tratado pela grande mídia de forma periférica. No momento, a salvação vem dos poetas populares, que têm dado destaque cada vez maior à questão da coleta seletiva e da reciclagem, fazendo jus à condição de educadores sociais, segundo classificação registrada por Eduardo Viola, no seu livro “O ambientalismo multissetorial no Brasil”. 



A literatura de cordel, uma cultura de fortes raízes no Nordeste brasileiro, vem sendo utilizada como ferramenta de difusão de conhecimento e entendimento sobre a temática. Dentre quase cem folhetos que colecionei nos últimos dois anos sobre questões ambientais, cinco retratam exatamente o problema dos resíduos sólidos:


- “A coleta seletiva e a reciclagem de lixo”, de Ismael Gaião da Costa (Condado, PE);
- “O problema do lixo”, de José Acaci (Natal, RN);
- “Lixo. Onde botar?”, de Abdias Campos (Recife, PE);
- “O mundo não é lixeira”, de alunos da Escola Pequeno Príncipe (Campina Grande, PB) e
- “Quem ama não suja”, de Manoel Monteiro (Campina Grande, PB). 


Os folhetos passam a mensagem da necessidade de maior empenho da população para melhorar as condições de vida e equilíbrio ecológico. A carga de conhecimento e informações trazidas  no seu interior relacionam o problema à forma e às condições de vida do homem na atualidade. 


Utilizando uma linguagem simples, clara, direta e objetiva; embasamento conceitual e metodológico, os folhetos têm abrangência e ressonância; são capazes de esclarecer a população e reduzir a grande distância existente entre a ciência e as classes (ditas) excluídas. 

Na era de comunicação globalizada essa manifestação folkcomunicacional constitui-se num veículo de informação que permite construir e reconstruir discursos de caráter informal voltados à discussão dos variados temas relacionados às transformações sociais e à sustentabilidade. 

O cordel é o verdadeiro jornalismo popular, empenhado não apenas na tentativa de tornar comum os diversos temas voltados às questões ecológicas, mas ser a ferramenta de educação ambiental, na medida em que informa, esclarece e orienta as massas.

Não é à toa que o professor e cordelista sergipano José Antônio dos Santos afirma:


“Ao escrever os seus versos
O poeta popular
Se inspira na natureza
Logo começa a rimar
De formiga ao elefante
Ele sabe versejar.


Somente quem tem o dom,
O dom da filosofia; (...) 
Sabe escrever poesia.” 


E conclui: “O poeta do cordel é repórter popular (...) traduz os fatos como verdadeiros jornalistas”.

Alexandre Acioli

QUAIS OS ESPAÇOS DA CIÊNCIA, DA RAZÃO E DA FÉ?

No dia 06 de dezembro de 2011, uma terça-feira, os principais jornais, sites, blogs, noticiários de rádios e TV de todo o País divulgaram a descoberta, pelos cientistas do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa (EUA), de um sistema planetário numa região do Universo onde acredita-se que possa haver água na forma líquida e temperatura que permite o desenvolvimento de vida – assim como na Terra.

O planeta, batizado de Kepler-22b, está localizado, segundo afirmam os cientistas, numa “Zona Habitável”, a cerca de seiscentos anos-luz da Terra. “Zona Habitável” é explicada por eles como uma área onde as temperaturas permitem o desenvolvimento de vida. Durante a entrevista para fazer o anúncio da novidade, os cientistas estavam radiantes e a subeditora do Centro de Pesquisas Ames, Nathalie Batalha, chegou a afirmar: “estamos cada vez mais perto de encontrar um planeta parecido com a Terra”. 

O relato dos dois parágrafos iniciais serve para que possamos fazer a introdução ao comentário de um filme de ficção sobre a busca de vida inteligente em outras partes do Universo. Na verdade, isto aqui não é uma resenha, é apenas um breve comentário sobre o filme “Contacto”, seguido de alguns questionamentos.

Aqueles que costumam olhar para o céu com aquela quase-certeza de que não estamos sós nesse “mundo de meu Deus” e acreditam que em algum lugar do Universo deve haver vida inteligente, semelhante à Terra, irão gostar de assistir ao filme “Contacto”. Mas, outros, talvez fiquem um tanto decepcionados por não chegarem a ver a materialização de tais vidas ou personagens.

Não é nenhum lançamento. O filme é de 1997 e já tem, portanto, 15 anos. Mesmo assim não tem nada de velho ou de antigo, pois a sua abordagem é atual e deverá continuar sendo por muitos e muitos anos. O enredo é baseado em um livro de ficção espacial, escrito em 1985, por Carl Sagan. É bastante interessante, sobretudo para àqueles que apreciam o gênero ficção científica.

O enredo, criativo e bem explorado, enfoca a atuação engajada da astrônoma Eleanor Arroway (Jodie Foster), que se dedica ao trabalho incansável de buscar sinais no espaço que possam apontar qualquer vestígio da existência de vida inteligente fora da Terra.

Depois de muitos anos pesquisando com dedicação, Eleanor depara-se com uma mensagem codificada, um sinal real da possibilidade de vida pulsante em algum lugar do Cosmos. Esse sinal é emitido da longínqua estrela Vega. Mais à frente, a astrônoma recebe instruções para construir uma estrutura que possibilitará o contato com os seres daquele planeta.

Mais do que ficção científica e pesquisa sobre a vida em outras partes do Universo, o filme – que, diferentemente do que ocorre com a maioria dos trabalhos cinematográficos desse gênero, transformando-os em verdadeiros clichês - não exibe muitas cenas e lances de efeitos especiais. “Contacto” procura, sim, mostrar as diversas (e possíveis) reações da população mundial ao saber que não está sozinha no Universo, as relações sociais do homem, os conflitos e interesses políticos e econômicos, e o jogo do poder. 

O diretor Robert Zemeckis aproveita o trabalho para lançar questionamentos sociais e religiosos ao espectador. No final, o filme procura mesmo é levar (ou puxar) todos à reflexão, levantando o maior número de questionamentos do público e provocar a discussão dos limites entre a razão e a fé – questões até então inexploradas... ou pouco exploradas no nosso cotidiano.

A provocação vem a partir de algumas situações e da relação ciência-fé, entre a cética astrônoma Eleanor Arroway e o teólogo (ex-padre) Palmer Joss, dono de uma fé inabalável. Fica no ar, para as nossas reflexões e respostas, questionamentos como:

- O cientista é mesmo um cético?

- É correta a forma cartesiana de pensar e agir do(s) cientista(s)?

- A fé também é necessária ao(s) cientista(s)?

- A experiência empírica de Eleanor Arroway, sem provas nem registros, é válida para a ciência?

- É tudo uma questão de fé, como tenta mostrar o filme, e que tudo (Verdade, mentira, fé, razão) está dentro de cada um de nós, desde que acreditemos?

Assistindo ao filme você poderá responder a estas indagações e até levantar outras muitas. Poderá fazer reflexões que aqui não foram colocadas, até mesmo pela minha falta de percepção. Afinal de contas todos nós temos uma maneira própria de observar e entender as coisas... de acordo com as nossas vivências e experiências... e até mesmo da forma como queremos ver as coisas.


Filme: Contacto
Gênero: Ficção Científica
Ano: 1997 – Estados Unidos
Direção: Robert Zemeckis
Atores: Jodie Foster, Matthew McConaughey, Angela Bassett, David Morse e William Fichtner entre outros.

Alexandre Acioli

sexta-feira, 20 de abril de 2012

FIM DO MUNDO NÃO SERÁ AGORA, MAS EM 2019


Nos últimos anos, tem sido grande a discussão sobre o fim do mundo, baseada, sobretudo, nas previsões da civilização Maia. De acordo com os registros deixados por aquele povo indígena, com avançados conhecimentos de matemática e astronomia, o fim está previsto exatamente para o dia 21 de dezembro de 2012.

Os Maias tinham dois calendários, complexos e cheios de detalhes. Um deles, dividido em ciclos que se renovam a cada 5.124,4 anos. Eles acreditavam que a cada fim de ciclo haveria destruição. O atual começou em 13 de agosto do ano de 3.114 a.C e será concluído exatamente dentro de oito meses e um  dia (Levando-se em consideração que hoje é dia 20 de abril), em 21 de dezembro de 2012.

Estes relatos pré-históricos serviram de mote para a publicação de inúmeros livros e o lançamento de alguns filmes sobre o assunto. O direcionamento, os pontos de vista e os comentários dos autores são os mais diversos, um verdadeiro exercício ficcional. De verdade, mesmo, só especulações, conjecturas e o sucesso de vendas. Mas se as previsões Maia se confirmarem, será péssimo para os autores das obras, que não terão tempo de gastar todo o dinheiro que arrecadaram - e ainda vem arrecadando com as vendas.

Estardalhaços e especulações à parte, é bom ressaltar que os Maias, segundo os especialistas no estudo dos escritos deixados por aquela civilização pré-colombiana, não previram o “fim do mundo” no seu sentido literal. Nos documentos eles relatam que, ao término de uma era e o começo de outra, ocorrerá o retorno do deus Bolon Yokte, divindade vinculada à criação e à guerra. No livro de Chalam Balam está previsto que ao final deste ciclo a Divindade Suprema retornará à Terra para anunciar uma Nova Era. Será o dia do juízo final?

Aliás, livros conhecidos dos cristãos também relatam previsões semelhantes, de guerras, fim dos tempos e volta do Messias. A Bíblia, no Evangelho de Mateus (24: 4-14) fala sobre o princípio das dores: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu                                                                     nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e rumores de                                                            guerras; não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não será o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes, e pestes, e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores".

Mais à frente diz que “(...) logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24: 29-30).

Na obra espírita “A Gênese” também há registro da “chegada dos tempos”: “Quando se vos diz que a humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos mundos, não vejais nada de místico nessas palavras, mas, ao contrário, a execução de uma das grandes leis fatais do universo, contra as quais toda a malquerença humana se abate” (Capítulo XVIII, item 8).

NÃO SERÁ EM 2012

As especulações sobre as supostas ”profecias do fim” em 21 de dezembro de 2012 foram rejeitadas e receberam uma nova interpretação – ou uma nova versão - do médium brasileiro Francisco Cândido Xavier. 

No livro “Não será em 2012”, de Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto, está o relato do médium aos autores, apontando que a data-limite (ou o “ano da grande abominação”) será, não agora, mas em julho de 2019.

O livro foi lançado no ano passado (2011), pela Fé Editora. Tem sete capítulos, distribuídos em apenas 79 páginas. É, na verdade, a compilação e reprodução de artigos e entrevistas publicadas no periódico Folha Espírita. O objetivo de Marlene e Geraldo é apresentar as revelações de Chico Xavier sobre o fim dos tempos e o futuro da humanidade, ouvidas por eles em momentos distintos. Acredito que a proximidade da data-limite prevista pelos Maias deixou os autores ansiosos, levando-os a apressar-se na divulgação da versão do médium, deixando de lado a revisão de alguns equívocos, erros gramaticais e de pontuação.

Os autores são espíritas. Marlene Nobre preside a Associação Médico-Espírita do Brasil. Trabalhou diretamente com Chico Xavier durante quatro anos (1958-1962), mas sempre manteve com ele um relacionamento estreito, chegando a entrevistá-lo, para matérias e artigos publicados na Folha Espírita, durante 23 anos. No livro ela reedita uma entrevista de 1992, quando o médium revelou a importância que terá o Brasil n(ess)a Nova Era.

Geraldo Lemos Neto fundou a Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG) e foi editor de vários livros do médium, pela Vinha de Luz Editora. Segundo o próprio, conheceu Chico na juventude, quando passou a hospedar-se com regularidade na sua casa, em Uberaba (MG). Dele ouviu vários relatos, mas o que mais o impressionou ocorreu em 1986 e tratava justamente das mudanças que estão por vir, em 2019.

“Não será em 2012” fala um pouco do processo de transição da Terra, que terá culminância em 2019. Traz informações importantes e interessantes. Mas, para os não espíritas, a leitura pode ser um tanto cansativa, enfadonha, por conta do caráter, digamos, doutrinário com que Chico e o seu mentor Emmanuel relatam os fatos.

Entre outras, fala-se da luta do bem contra o mal; das profecias de Jesus, da necessidade dos homens de reorientar a maneira de pensar e viver e das responsabilidades individuais para a ascensão espiritual da humanidade, a partir da busca e manutenção da paz. Alerta que a situação será mais ou menos dolorosa, com mais ou menos sofrimentos, dependendo das escolhas de comportamento que fizermos – de hoje até lá.

O livro começa com “Os Maias e o ano de 2012”, relatando um pouco das previsões daquele povo (Capítulo 1). O Capítulo 2 nos fala da “Renovação Moral: a essência na nossa evolução”, baseada numa entrevista dada pelo espírito Emmanuel na década de 1950, onde dá ênfase às lições de Jesus e, em certo trecho, pede discernimento ao homem e afirma que a renovação moral é essencial à evolução. O teor do Capítulo 3 é “Bíblia tem explicações sobre momento de transição em que vivemos”, aberto com uma citação de Emmanuel, do livro Caminho da Luz. O Capítulo 4 traz “As profecias do Cristo” contidas em trechos dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.

As “Revelações de Chico Xavier mostram que o futuro da Terra está nas mãos do homem” estão no Capítulo 5. No seu relato, diz que o destino da humanidade dependerá do caminho que escolhermos para trilhar: o da sabedoria e do amor ou o da ignorância e do ódio. No Capítulo 6 estão “Importantes testemunhos sobre o papel do Brasil na Nova Era”, a partir da visão dos espíritos sobre o país e a sua “missão espiritual”. Finalmente, o Capítulo 7 trata das “Revelações de Chico Xavier sobre o papel do Brasil na transição”. E aqui, um relato nada animador para nós, brasileiros: a divisão do país e cessão de terras aos estrangeiros.

O QUE ESTÁ POR VIR

Os capítulos 5 e 7 são, na minha opinião, os mais interessantes. No primeiro, a confidência de Chico Xavier a Geraldo Lemos, em 1986, é importantíssima. Relata que em 20 de junho de 1969, quando o homem chegou à Lua, ocorreu uma reunião de entes superiores para definir o destino da Terra:

“o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta; (...) depois de muito diálogo entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea; (...) Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019” (p. 50).

Chico Xavier prevê, até lá, que a humanidade, dependendo da decisão que tomar, poderá sofrer com uma guerra nuclear. Tomando uma outra decisão experimentará avanços, terá total acesso à informação, haverá soluções para problemas de ordem social, como a fome e a pobreza; e a descoberta de cura para doenças do corpo físico através da manipulação genética. Irmãos de planetas mais evoluídos, segundo ele, também terão permissão para se apresentar a nós e oferecer tecnologias novas.

Com relação ao Brasil o médium faz previsões nada animadoras e afirma que o país sofrerá com os efeitos das catástrofes que estão por vir e deixará de ter a atual extensão. A maior parte do território será dividido entre outras nações:

“Nosso Brasil, como o conhecemos hoje, será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco (...) Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da região Norte do país, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da região Sul, unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai a Bolívia e o Peru. Por fim, os Estados do Nordeste serão ocupados pelos russos e povos eslavos” (p. 54-55).

No Capítulo 7, Chico Xavier diz que o Brasil vai ficar limitado apenas a alguns Estados da região Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O país será composto apenas de Minas Gerais, São Paulo, Goiás/Distrito Federal e um pedaço dos Estados do Rio de Janeiro e do Paraná (p. 74).

CONCLUSÃO

A obra dando publicidade à revelação feita por Chico Xavier e contestando a data da previsão Maia é interessante. Vem somar às discussões atuais sobre o tema. Acreditar em uma delas, ou desacreditar das duas, caberá a cada leitor, de acordo com as suas  crenças e convicções.

Sem querer desmerecer ou colocar em dúvida a veracidade das informações contidas na obra, a mesma nos leva a pelo menos quatro questionamentos:

1) Por que o próprio Chico Xavier não fez a divulgação do que soube dos espíritos?

2) Qual ou quais motivos o levaram a manter essas informações, obtidas em 1969, em segredo?

3) Por que Geraldo Lemos, ao ouvir o relato do médium não o convenceu a divulga-lo?

4) Por que o autor somente agora, 25 anos depois de escutar tal relato,  veio divulga-lo? Havia motivo para guardar o segredo por tanto tempo?

No início deste trabalho afirmamos que, talvez, a pressa (tardia) na divulgação da versão de Chico Xavier sobre o “fim dos tempos” levou os autores a deixar de fazer a revisão do texto. Além da pontuação também encontramos alguns equívocos de datas, como os da Profecia Maia (Citada como sendo 22 de dezembro o fim do mundo, quando o correto é 21 de dezembro) e da chegada do homem à Lua (20 de julho de 1969 e não 20 de junho, como foi citado). Mas de forma nenhuma esses erros prejudicam o trabalho.
Vale a pena a leitura!

Alexandre Acioli

quinta-feira, 19 de abril de 2012

TODO DIA, ERA DIA DE ÍNDIO


Os Homens Brancos dizimaram os Peles Vermelhas. Ou melhor: o colonizador português acabou com os índios, os verdadeiros donos dessa terra. Agora, o que restou foi apenas um dia para lembrar dos índios. Hoje é 19 de abril, é o Dia do Índio.

O recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os índios são, hoje, apenas 0,4% do total da população brasileira. Eles são, somente, 817 mil pessoas. Então, comemoremos, porque há dez anos eles eram muito menos e, segundo o IBGE, a população indígena cresceu 11,4% em uma década. Esse crescimento é percebido apenas nas zonas rurais, onde o aumento populacional chegou a 152 mil pessoas, totalizando 502 mil. Ainda segundo os números do censo do ano passado, a redução de indígenas vivendo em áreas urbanas ocorreu mais intensamente  na Região Sudeste.

Outros números

A partir dos números levantados pelo Censo 2010, constata-se que nossos irmãos índios estão presentes em 80,5% dos municípios brasileiros, ou seja, 4.480 cidades. Por volta do ano 2000, eles se faziam presentes apenas em 63,5% dos cidades. 

Os estudiosos do assunto ainda não sabem explicar esse crescimento. A hipótese admitida, por enquanto, é que essas pessoas que se disseram indígenas estejam revalorizando a sua identidade ancestral, uma vez que a declaração da etnia é feita pela própria pessoa entrevistada. Isso leva a crer (talvez), que etnias tidas praticamente como extintas estejam se reassumindo, ressurgindo das cinzas, como a Fênix.

Atualmente a região Norte concentra 37,4% do total de indígenas brasileiros e o Amazonas responde por 20,6% deles : 168,7 mil pessoas. São Gabriel da Cachoeira, no noroeste daquele Estado é o município com maior número de índios: 29 mil. Já Uiramutã, no Estado de Roraima, é o município que tem maior percentual de indígenas: 88,1% da população.

Alexandre Acioli

sexta-feira, 13 de abril de 2012

QUEM TEM MEDO DA SEXTA-FEIRA 13?

A chegada de 2012 foi aguardada com muita expectativa, principalmente pelos supersticiosos, atentos às previsões do fim do mundo, feitas a centenas de anos pela civilização Maia. Como se isso não bastasse, já no primeiro mês do ano um pouco de estresse, nervosismo e inquietação com a Sexta-feira, dia 13. Para os supersticiosos, essa combinação dia-número é considerada período de azar.

Hesíodo (Século VII a.C) registrou no seu livro “Os trabalhos e os dias” a recomendação de não se plantar no 13º dia. Na numerologia o 13 é tido como um número irregular, sinal de infortúnio. No Tarô, a carta 13 representa a morte. Para muitos, a “Sexta-feira 13” é o dia em que a sorte está de folga e, portanto, merece muita atenção e precaução redobrada. Lembre-se que hoje é sexta-feira, dia 13; a segunda sexta-feira 13 do ano.

Mas como o azar está em qualquer sexta-feira, no dia 13 de qualquer mês, os supersticiosos de plantão não terão sossego pelo menos nos próximos três meses. Ainda neste ano de 2012, eles estarão atentos ao futuro dia 13 de julho.

IDADE MÉDIA

A crença de que a sexta-feira 13 é um dia agourento não é nova; tem fundamento em antigas lendas cultivadas ainda na Idade Média, do outro lado do Oceano Atlântico. Atribuíam a data às bruxas. Na sexta-feira, dia 13, essas personagens estariam soltas e trazendo má sorte aos mortais. Uma lenda da mitologia nórdica conta que a Deusa do Amor e da Beleza (Friga) foi transformada em bruxa quando as tribos escandinavas se converteram ao Cristianismo. A partir de então, Friga, juntamente com o demônio e outras 11 bruxas, passou a se reunir às sextas-feiras para infernizar a vida da população.

Os antigos cristãos também faziam menção à data, baseados em dois relatos bíblicos: a última Ceia do Senhor Jesus, onde haviam 13 pessoas, e a crucificação de Cristo, ocorrida numa sexta-feira. Há também o registro da prisão, tortura e execução dos membros da Ordem dos Cavaleiros Templários (Cavaleiros de Cristo), numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, na França, acusados de heresia.

Mas, deixando a crendice de lado, quem tem medo deste dia? Afinal, o que tem de mau o dia 13, especialmente se ocorrer numa sexta-feira? Nada existe de verdade. É só superstição e muita especulação. 

Segundo a Astrologia, a sexta-feira é o dia regido por Vênus, o planeta do amor, da beleza, do entretenimento e da harmonia. Para os místicos o 13 está associado à evolução de todo ser. Então, não há porque temer a Sexta-feira 13! É um dia como outro qualquer; de obrigações, compromissos, chateações, afazeres e prazeres e, também, engarrafamentos. Se os esotéricos dizem que o número 13 sugere a morte, ótimo! Morte significa o fim de um ciclo e o início de um novo período na nossa evolução cíclica.

Sigamos em frente, acreditando que este é apenas mais um dia nas nossas vidas. É preferível não considerar este como um dia de infortúnios. O azar, creia, está ligado à falta de fé. 

Inteligentes como somos, não devemos determinar um dia/data para culpar pelos nossos fracassos e fraquezas. Estes são, na maioria das vezes, resultado da nossa própria falta de atenção, de planejamento, preparo, cuidado e esforço.

Cada um deve procurar os seus pontos mais positivos e usá-los com bom senso, equilíbrio, inteligência e sabedoria, no momento certo, para evitar conflitos, aproveitar as oportunidades que surgem e atrair coisas boas. 

Dê folga ao azar. Ainda vem por aí muitas e muitas sextas-feiras 13. Serão dias para apostarmos na sorte!

Alexandre Acioli